quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A saga do conhecimento
Uma das coisas que eu nunca tive medo foi de cuidar do meu filho. Nunca me preocupei com isso. Sei que quando ele chegasse em casa, eu saberia exatamente como fazer. Eu não pedi ajuda de ninguém. Eu e meu marido queríamos cuidar do nosso bebezinho. Educá-lo a nosso modo, aprender seus choros, seus risos, seus toques. Por isso, desde o primeiro dia, nós cuidamos dele com todo amor e carinho.
O primeiro desafio foi o banho. Eu nunca tinha dado banho em um bebê, muito menos em um bebê de três dias. Todo pequeno, molinho, sensível, delicado... Enchi a banheira. Olhei para o meu marido, olhei para a água, olhei para o Raphael. E agora? Lembrei de como a enfermeira fez na maternidade e coloquei-o na água. O primeiro banho do meu filho foi bem tranquilo. Consegui sem maiores dificuldades. Deus capacita. Ele me deu o seu filho para eu cuidar e não me deixaria sem o conhecimento para isso.
O segundo desafio foi cuidar do coto umbilical. Esse foi mais fácil do que eu pensei. Caiu no dia seguinte que ele chegou em casa, com 4 dias de nascido. Cuidei bem direitinho, pinguei o álcool 70% conforme eu havia aprendido e pronto.
Os primeiros dias, tirando a dificuldade de amamentar e dormir, são bem tranquilos. Isso porque o neném praticamente mama e dorme. Se fica acordado, é por um período de 2 a 4 horas durante as 24 horas do dia. Ele ainda não abre os olhos, não se mexe muito. Na verdade, ainda não caiu a ficha que ele saiu da barriga.
Depois começa a ficar complicado. Entrei em crises várias vezes porque não consegui interpretar o choro do meu filho. Como é difícil você saber o que o bebê quer. Ele chora para tudo: fome, frio, calor, sono, cólica, medo... como saber?
Durante um tempo, eu não me atentei que o meu filho não dormia mais sozinho. Quando ele era recém-nascido, ele, praticamente, só acordava para mamar. Quando completou um mês, ele já abria os olhos, já ficava mais um tempinho acordado. Com um mês e meio, começou a rir, a emitir seus primeiros sons e junto com isso tudo, a dificuldade de dormir. Ele já não sabia dormir sozinho, precisava de ajuda. E eu, como mãe, precisava perceber o momento que ele estava com sono e fazê-lo dormir. Mas, eu não sabia disso. Para mim, na minha cabeça de mãe de primeira viagem, se ele tivesse com sono, ele ia dormir. Rsrsrsrs
Então, começaram os ataques incontroláveis de choro e eu sem saber o que estava acontecendo. Não era fome, porque eu colocava ele no peito e ele não queria, não era frio, não era calor, não era sono, porque se fosse sono ele teria dormindo, né? (na minha cabeça). Bom, então era cólica. Toda noite, por volta das 18 hs, o menino dava ataques incontroláveis de choro. Eu dava remédio para cólica e não adiantava, dava a tal funchicórea e não adiantava, fazia compressa de água morna na barriga, não adiantava. NADA adiantava. Até que ele cansava de chorar no meu colo ou no colo do Renard e dormia. Tinham dias que eu chorava, ficava nervosa em ver meu filho chorar de dor. Eu achava que era dor.
Depois de uns 10 dias, eu comecei a observá-lo e vi que ele não estava com cólica. Eu falei para o Renard: Ele não tá com cólica, Renard. Ele tá com fome. Eu dava o peito, ele não pegava de jeito nenhum. Interessante que ele só dava esses ataques a noite. Depois das 18hs. Liguei para uma amiga que tem dois filhos: "Ele não quer mamar, ta com fome, não para de chorar e não mama a mamadeira." Eu decidi tirar o leite do meu peito e dei num copinho para ele. Ele bebeu tudinho e dormiu. Eu achei que tivesse achado a causa: fome. Descobri. Ufa. Essa minha amiga mandou umas chupetas e umas mamadeiras que ela usava na filha dela para eu dar para o meu filho nesse período que ele chorava mais e rejeitava o peito. Mas ele não mamava. Eu já tava nervosa, buscando informações na internet tentando descobrir o motivo que meu filho não mamava. Li um monte de coisa, imaginei um monte de coisa. Fiquei mais nervosa.
Na consulta de dois meses, eu relatei o que acontecia para a pediatra e ela o viu rejeitando o peito. coloquei-o no peito na frente dela e ele rejeitava. Ela mandou eu insistir na amamentação, mas pediu para eu tirar tudo o que era leite e derivados da minha alimentação. TUDO. Leite, manteiga, requeijão, biscoitos, bolos, doces, pães, queijos, chocolates... tudo. Quase infartei, mas pelo meu filho, eu faria isso. Ela estava desconfiada que ele estava com uma alergia alimentar às proteínas do leite de vaca. Tudo isso porque, além de rejeitar o seio em alguns momentos, ele estava com uma diarreia há alguns dias. Na verdade, depois descobrimos que uma coisa nada a tinha a ver com a outra. Depois que saiu o resultado do exame de fezes do Raphael, a pediatra mandou eu reintroduzir o leite na minha alimentação. Não era alergia, era uma infecção intestinal.
Com cerca de dois meses e meio, os ataques de choro no período da noite continuavam e, em alguns momentos, ele rejeitava o peito. E eu tentando descobrir o que era. Um belo dia, ele chorando compulsivamente, eu decidi tirar ele do colo e coloca-lo no carrinho. Sabe o que aconteceu? Ele dormiu em questão de segundos. Finalmente, eu descobri que o meu filho estava com SONO.
Nunca imaginei que um bebê fizesse um escândalo tão grande para dormir. Buscando informações sobre o sono do bebê, tomei conhecimento de que eles até mais ou menos os 4 meses, não podem ficar por mais de 2 a 3 horas acordados. Muito tempo acordado, cansa demais o bebê e, quanto mais cansado, mais dificuldade ele encontra para dormir. Depois que eu fiquei sabendo desse achado, quando eu percebo que ele está começando a ficar com sono, faço ele dormir. Não é fácil, porque, muitas vezes, ele não quer dormir. Está com o olho fechando, mas não quer dormir. Faço malabarismo, coloco no peito, não quer. Coloco no berço, não quer. Coloco no colo, não quer. Coloco na cama, não quer. Mais aos poucos, eu vou driblando as dificuldades, embalando ele, até que ele se cansa e dorme. Depois que eu passei a fazer isso, ele nunca mais deu os ataques de choro dele. E quando dá é porque não está conseguindo dormir. Eu ajudo e fica tudo bem. Se ele passar muito tempo sem dormir, no período da tarde, quando a chega a noite, os gritos que ele dá chega a doer os ouvidos.
Hoje, eu percebi que quando ele está com sono, ele não mama e não adianta eu forçar, ele grita, porque ele não quer comer. Ele quer dormir.
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Desenvolvimento,
Sono
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2 comentários:
Nossa, impressionante o seu relato! Passei por tudo isso com o meu filho. Pena que eu demorei mais tempo para descobrir que era sono. Apenas com 4 meses. Foi muito difícil, sou pediatra e tinha certeza que eram cólicas... Acho que no segundo filho vai ser mais fácil!
olá Debora !
Seu bebê é lindo demais...
Passei no seu orkut e entrei pra conhecer esse espaço, que ficou show...
Me surpreendeu , pois tentei ver suas fotos para conhecer o Raphael no orkut e mandar um recadinho e não consegui.
Queria saber se vc leu o email que te enviei pelo endereço que achei no blog da Fernenda Brum.
Beijos !
carla machado
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